Já não se fazem músicas de qualidade como antigamente.

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Uma discussão antiga persiste no meio social e, pelo jeito, não vai acabar: Já não se fazem músicas de qualidade como antigamente! 

Essa discussão é tão antiga quanto a história da música! Nossos pais e avós que nasceram nas décadas de 30, 40 e 50 não são tão fãs das músicas que curtimos. Da mesma forma que nossos filhos também não curtem nossas preferências musicais. Mas o que não podemos negar é que, a cada geração que passa, o bordão acima citado se repete: Já não se fazem músicas de qualidade como antigamente! 

Talvez porque os principais momentos desde a pré-adolescência até a fase adulta são regados pelas músicas: formaturas, bailes de 15 anos, primeiro amor, casamentos, comemorações diversas. Sendo assim, aquelas músicas desses momentos vivenciados em situações marcantes se tornam tão importantes quanto inesquecíveis.

Qualidade como antigamente?

Mas e a qualidade das músicas citada na frase? Esse sim passa a ser um item de discussão com diversos fatores. Pesquisas têm mostrado ultimamente que a máxima acima faz muito sentido. Em 2019, pesquisadores da Universidade de Nova York, nos EUA, conduziram o estudo “Who remembers the Beatles? The collective memory for popular music” (“Quem se lembra dos Beatles? A memória coletiva da música popular”, em tradução livre), devidamente publicado no jornal científico Plos One. 

Segundo a pesquisa,  os millennials, pessoas nascidas a partir da virada do milênio, conseguem identificar mais facilmente sucessos das décadas de 60, 70, 80 e 90 do que as músicas contemporâneas. A amostra foi constituída em grande parte por jovens participantes, com média de idade de 21,3 anos e mediana de 20 anos. A maioria (88 por cento) desta amostra tinha entre 18 e 25 anos de idade. 

Um dos fatores que influenciaram diretamente na qualidade é a forma como a música era feita nas décadas passadas. Os músicos tocavam seus instrumentos, não havia praticamente nenhuma influência eletrônica nas composições. Hoje em dia há interferência em todos os campos, inclusive na voz! A exigência de talento, dom pra cantar, compor, tem sido cada vez menor. Talvez por isso, pra muitos, se justifique o uso da frase: já não se fazem músicas como antigamente.

Como se ouvia música

Outro possível fator para justificar a frase talvez seja a forma como se ouvia música antigamente. Havia poucas formas de se fazê-lo. Pessoas se reuniam em volta de um único aparelho como o rádio, que tinha um público bem maior que hoje, onde famílias e amigos se encontravam à espera de ouvir aquela música marcante ou em um toca-discos que era caro na época. Um LP também não era barato e poucos tinham. Eram momentos marcantes. Os saudosistas lembram que o som que saía daquela agulha era de muita qualidade, muito “limpo”. 

Depois disso, principalmente nos anos 80 e 90, surgiram os clipes musicais nas TVs. Diversos programas musicais faziam com que as pessoas ficassem por horas em frente a TV para curtirem suas canções preferidas. Hoje a tecnologia também mudou esse cenário. As pessoas ouvem suas preferências musicais praticamente sozinhas no seu celular onde aplicativos selecionam de maneira prática as canções. 

Músicas como antigamente?

Além dos fatores citados acima, há ainda situações que evidenciam o tão citado “já não se fazem músicas de qualidade como antigamente”. Seria o grande número de canções antigas regravadas por cantores contemporâneos, além da remasterização de inúmeras músicas. 

Para concluir, temos o fator mídia. Ela possui um poder de persuasão que transforma a música descartável de hoje em dia numa mina de ganhar dinheiro! São diversas músicas no topo das paradas de sucesso que após 1 ou 2 anos ninguém lembra mais. 

Enfim, fatores não faltam nessa discussão eterna! A música, como tudo no mundo, sofre mudanças radicais! Falta saber até que ponto essas mudanças têm influenciado na qualidade.

E você, concorda que já não se fazem músicas de qualidade como antigamente ?

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