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Que as coisas mudaram, muitas delas evoluíram, não temos dúvidas. A tecnologia veio para acelerar muitas coisas, ajudar em profissões, facilitar. Em contrapartida, o ser humano regrediu. Com a tecnologia, o distanciamento aumentou e certamente as pessoas se tornaram mais frias e desconfiadas. No artigo de hoje, falaremos um pouco sobre um momento que falta nas baladas de hoje. Música romântica: aceita dançar comigo essa música?
Como diz o escritor e palestrante Jaime Folle: “A tecnologia parece ter condenado ao esquecimento a velha cordialidade que os antigos tinham como hábito de tratar as pessoas, e isso parece-nos claro que a antiga forma de cordialidade já não serve mais como modelo na atualidade. Hoje, os modelos querem muito mais um processo de comunicação a distância que um simples e gostoso abraço, além de receber com frieza as pessoas que nos visitam.”
A citação acima do autor fala de empreendedorismo, comércio. Mas vale para muitas outras situações atuais. Uma delas é no mundo da música. Acima de tudo, vivemos um momento em que o romantismo não é mais o mesmo de décadas atrás. Você há de convir comigo que as músicas atuais não têm contribuído para momentos românticos nas baladas. A bem da verdade, músicas românticas nem são tocadas nos bailes de hoje. Alguém ouve hoje em dia um simples “Aceita dançar comigo essa música?”.
O Grande Momento: música romântica
Para os amantes da musica retrô, os chamados saudosistas, o momento romântico nas baladas era um dos melhores. No dia do evento a preparação começava cedo. Em primeiro lugar, uma roupa bem passada, um perfume na medida e a expectativa de encontrar sua ‘paquera’ no baile. Naquela época não havia redes sociais, celulares. Enfim, o encontro era sempre tête-à- tête.
Quando o locutor anunciava que ia começar a sessão de lentas, os homens colocavam em prática seu momento Don Juan. Ao som de Diana Ross, The Stylistics, Rockwell ou The Manhattans, partiam em direção as mulheres, que certamente aguardavam com ansiedade o momento de serem cortejadas. Com todo cavalheirismo próprio da época, eles lançavam o famoso “aceita dançar comigo essa música?”. Era chegada a hora tão esperada, onde ela aceitaria ou não o convite. Além disso, não havia nesse momento nenhum constrangimento de ambas as partes. Se ela não aceitasse, ele simplesmente agradecia e partia para outra tentativa, simples assim. Sem ofensas, críticas ou querer forçar a barra. Enfim, o baile seguia.
Caso o convite fosse aceito, nada indicava que ela também estava interessada no gajo. Acima de tudo, cabia a ele, durante a música romântica, bater um papo e saber se dali sairia um novo romance. Quando a música acabava, ela daria sinais de continuar a dança ou não. E assim, novos casais surgiam nas discotecas.
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Os DJs e a Música Lenta
A hora da lenta fazia parte do set dos DJs da época. Em algumas discotecas (boates) tocavam pelo menos dois blocos de músicas românticas. Cantores da época também não economizam nas suas composições. Além disso, alguns lançavam álbuns com várias musicas românticas. O cantor norte americano Lionel Ritchie era um deles. Em um único LP era possível encontrar várias baladas românticas. Praticamente todos os grupos e cantores possuíam pelo menos um hit para dançar a dois. Acima de tudo, as baladas românticas ficavam marcadas na vida das pessoas e até hoje casais formados nas pistas das discotecas relembram com emoção os momentos marcantes.
Tempos atrás escrevi um artigo sobre festas de flashback, do sucesso desses eventos nos dias de hoje. E, certamente, lá você tem também a oportunidade de vivenciar esse momento romântico, ouvir as canções que embalaram muitos casais e que deixam o gostinho de quero mais. Enfim, mais uma oportunidade de se ouvir o tão esperado: Aceitar dançar comigo essa música?
